Nepal desperta entre tensão e novos tremores de terra
Katmandu, 26 abr (EFE).- As ruas de Katmandu amanheceram neste domingo cheias de pessoas que passaram a noite em claro enquanto se repetiam as réplicas do terremoto de 7,8 graus que no sábado sacudiu o país, deixando um balanço de mortos que se aproxima dos 2.000.
O governo nepalês pediu à população para se manter alerta durante as próximas 48 horas perante a possibilidade de que os novos tremores terminem de derrubar edifícios afetados e em situação de fragilidade desde ontem ou aconteçam quedas de postes e muros.
De acordo com o último balanço oficial divulgado à Agência Efe pelo Centro Nacional de Operação de Emergência do país asiático, o número de mortos se situa em 1.883 e em 4.655 o de feridos, a maior parte deles no vale central do país, onde fica a capital Katmandu.
Membros do Exército indiano já estão nas ruas da capital ajudando nos trabalhos de resgate e meia dúzia de helicópteros deste país sobrevoam a região, como pôde constatar a Efe.
As autoridades trabalham na recuperação das comunicações e da eletricidade, que está cortada em boa parte do Vale de Katmandu, a região mais povoada do país.
'Tentei entrar em casa, mas veio um tremor e movimentou tudo, não posso voltar e estou na rua com meu filho e meu marido', disse à Efe Radha Ranabhat, uma moradora da região de Dhapashi onde o terremoto fez estragos.
O diretor-geral da Autoridade da Eletricidade do Nepal, Mukesh Kafle, disse a jornalistas que o governo trabalha na mobilização de geradores de eletricidade nas torres de telefonia para recuperar a cobertura no país, severamente danificada pelo terremoto.
O Nepal é um país onde grande parte da população tem geradores individuais, por isso que as filas nos postos de gasolina eram quilométricas no começo de hoje com centenas de pessoas na procura de combustível.
Todos os corpos de segurança estão mobilizados desde ontem e o governo habilitou 15 acampamentos em áreas abertas da capital para abrigar quem perdeu a casa ou precisa de ajuda.
Além disso, as autoridades enviaram quatro helicópteros para a região de Gorha, a noroeste de Katmandu e onde se situou o epicentro do terremoto, assim como outros lugares do vale para comprovar a gravidade da situação.
Desde a manhã de sábado, quando aconteceu o tremor de 7,8 graus, o país sofreu pelo menos 35 réplicas de entre 4 e 6,6 graus.
O terremoto de ontem é o de maior intensidade em quase 80 anos no país e o pior na região em uma década, desde que em 2005 um tremor causou uma tragédia de grandes dimensões na Caxemira, com um balanço de mais de 84 mil mortos. EFE.
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G1 PB
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