ASSUNÇÃO: A Fé para a transformação Social; O Esporte como Ferramenta


Você já ouviu falar em Pastoral do Menor? É um projeto da Igreja Católica que existe em vários cantos do país. Mas hoje eu vou apresentar especialmente o desenvolvido em uma pequena cidade do interior da Paraíba. A aproximadamente 207 quilômetros de distância da capital (João Pessoa), Assunção tem contado, a quase quatro anos, com o empenho voluntário dos sete integrantes que, entre suas atividades pessoais, dedicam tempo e esforço para promover um trabalho de auxílio religioso e esportivo a mais de 50 crianças e adolescentes, entre sete e quatorze anos.
O objetivo principal é o ensino da crença cristã, para isso são realizados encontros semanais nas sextas-feiras à noite na igreja católica. Contudo, a coordenadora e uma das fundadoras do projeto na cidade, Judith Maria dos Santos Silva, 65, conhecida por dona Judith, explica que não há discriminação por diversidade religiosa. Os participantes são apenas orientados a frequentarem uma igreja cristã, católica ou evangélica. Porém, a estratégia para atrair a garotada tem sido unir a fé com a paixão pelo esporte.
Todos os sábados, a partir das 7 da manhã, os meninos que compõem os três times de futsal da pastoral vão chegando ao ginásio esportivo do município para, enfim, acabar com a ansiedade da semana. Eles reencontram os amigos e logo a energia das crianças mudam o clima do ambiente. Começa a partida. Mas não antes do técnico conversar, orientar e rezar com o grupo.

Segundo dona Judith, a razão por não haver grupo feminino é a falta de meninas interessadas; que não chegam ao número necessário para a formação de um time. Inclusive, ela diz que o vôlei poderá ser incluído se um número suficiente de garotas preferir a modalidade (Fica a dica!).

O zelo dos voluntários vai além dos dois compromissos semanais. Pelo menos duas vezes no ano são realizadas reuniões com os pais. Eles visitam as casas para manter o contato com as famílias e também vão às escolas onde os garotos estudam. Se reúnem a cada dois meses e, se necessário, fazem encontros extras. Toda essa experiência é compartilhada com outros agentes das pastorais do Menor, a nível paroquial, a cada seis meses. Esse encontro acontece na diocese de Patos e se estende por dois dias; é totalmente financiado pela Igreja Católica.


No entanto, os recursos são escassos. O projeto recebe doações da população e de comércios; a igreja contribui com o material (como folhas de papel) e o espaço para reuniões e atividades. Eles também organizam algumas ações para arrecadar dinheiro; já fizeram torneio e planejam um bingo. Assim conseguiram adquirir armários e fardamento. Porém, Dona Judith conta que olheiros de times famosos já escolheram garotos do projeto para treinarem em escolinha fora da cidade, infelizmente os garotos só puderam ir um único dia por falta de recursos.

Mesmo com as dificuldades, esse time que formou todos os outros se mantém firme e acreditando que pode contribuir para um futuro melhor. E apesar de terem um limite de vagas, pais ou mães que quiserem inscrever seus filhos devem procurar a coordenação do projeto. Da mesma forma se você quiser fazer alguma doação ou se voluntariar.


Dona Judith: “É um trabalho de formiguinha [...] mas graças a Deus é gratificante. Porque a gente vê a alegria no rosto dessas crianças, que não têm uma outra atividade [...] de lazer.”

Aílton: “Eu não quero agradecimento de ninguém e nem quero me promover em nada”. “O pagamento Deus já me deu, é a vida, é a saúde e a sabedoria de alguma coisa, a paciência...”


Eliete: “O trabalho da pastoral eu acho muito importante porque é uma forma de tirar os meninos da rua [...] e quem sabe o futuro deles, através dessa pastoral, não seja melhor?!”. Sobre a diferença que notou em seu filho, ela diz “ele está mais comportado, era um pouco rebelde e não está mais.”


Eliete Souza da Silva, 45, mãe do Nycollas, de seis anos.

- O que você quer ser quando crescer?
- “Jogador de futebol”


Sonivaldo José Tomás da Silva, 13. Há poucas semanas fez um teste pra uma escolinha de Patos e impressionou. Começou na pastoral com 11 anos.


Por Virgínia Lellys

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