Veja o que poderá acontecer com o açude de Boqueirão-PB em um prazo de 45 dias

Atravessando a pior crise de sua história, o açude Epitácio Pessoa em Boqueirão, atingiu a mais de três meses, o chamado “volume morto" e hoje está apenas com 3% de sua capacidade.. Na semana passada, o manancial, responsável pelo abastecimento de Campina Grande e mais 18 municípios do Compartimento da Borborema, começou a receber as águas do Rio São Francisco. Com isso, a perspectiva é que em breve Boqueirão saia do volume morto, quando a Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (CAGEPA), deverá interromper o racionamento em Campina Grande.

De acordo com o presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), João Fernandes, em um período de 30 a 45 dias o Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, deverá sair do chamado volume morto. Segundo ele, as águas da Transposição do São Francisco chegaram ao açude de Boqueirão na última terça-feira (18), por volta das 20 horas, como era previsto pela Aesa.   "Agora estas águas estão seguindo seu curso normal e em breve trarão segurança hídrica para a região. Esperamos que entre 30 e 45 dias o açude saia do volume morto e em, no máximo, 90 dias, acreditamos que Campina Grande estará livre das restrições relacionadas a falta de água", disse João Fernandes.

A transposição do Rio São Francisco, já começa a mudar a paisagem do Cariri paraibano. O chão no leito do Rio Paraíba rachado pela seca estala a cada centímetro que vai sendo molhado pelas águas da transposição do Rio São Francisco. Há cinco anos não passava água em abundância por aqui. De cima de uma rocha, sentados, um grupo de moradores assiste à água chegando, enchendo poços e seguindo seu rumo.

A cidade é Cabaceiras, no Cariri paraibano, que tem o pior índice pluviométrico do Nordeste do Brasil. O impacto visual da água passando é forte, mas ainda vai levar um tempo para que os efeitos de seca cessem. 

O Projeto de Integração do Rio São Francisco é composto pelos eixos Leste e Norte e possui 477 quilômetros de extensão. Com 217 quilômetros de canais, o eixo Leste tem seis estações de bombeamento, cinco aquedutos, um túnel, uma adutora e 12 reservatórios, estruturas que cruzam os municípios pernambucanos de Floresta, Betânia, Custódia e Sertânia até chegar a Monteiro na Paraíba.

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