Uma das maiores tragédias da história de CG completa 33 anos; veja o vídeo e fotos


Se ocorresse hoje seria mais um número na estatística, porém, há mais de 30 anos, o fato causou grande comoção em Campina Grande. Estamos falando do crime do Monstro do 40, um assunto que não queríamos abordar, mas sem dúvida nenhuma tornou-se uma parte de nossa história, muito triste por sinal.

Era outubro de 1983, a criança de sete anos Izabel Cristina Barbosa Dias, a “Belinha”, foi morta por Manuel Guimarães Dias, crime ocorrido em Campina Grande e que alcançou mídia nacional.

O delito ocorreu no dia 17 daquele mês, quando Izabel saiu do grupo escolar Melo Leitão no Bairro do Jardim Quarenta, local de seu estudo. Manuel que à época tinha 32 anos viu a criança sozinha indo para casa e a abordou, convencendo-a a segui-lo até uma rua pouco habitada naquele ano de 1983 (Rua Américo Carneiro). 

Lá, seguiram para uma casa em construção e Manuel estuprou e matou Belinha com 13 facadas.


O maníaco foi preso quase imediatamente após o crime, pelos soldados Georgetown e Teixeira. Ele foi denunciado por um pedreiro que fazia uma obra em local próximo ao ocorrido e viu que o criminoso estava ensanguentado e com a faca do homicídio em punho. Em depoimento, o bandido revelou algo tenebroso e triste: “Vou dizer a mamãe, vou dizer a mamãe”, era o que gritava Izabel a cada facada que recebia.

“Belinha” foi sepultada no dia 18 de outubro no Cemitério do Cruzeiro, com grande multidão acompanhando seu enterro, revoltados e gritando palavras de ordem contra o “Monstro do 40”, como o criminoso ficou conhecido a partir de então.

Após sua prisão em flagrante, Manuel Guimarães passou por um rigoroso exame de faculdades mentais, realizado no Instituto de Psiquiatria Forense de João Pessoa, a pedido de um advogado e que revelou que o “Monstro do 40” era completamente normal, ou seja um “assassino de mente sã, frio e calculista”, segundo a constatação do Psiquiatra responsável pelo exame. 

Foi julgado e condenado em 1984, quando por insistência do Juiz de Direito, Luciano Gadelha, o advogado Francisco Maria resolveu defendê-lo. A insistência foi pelo fato de nenhum advogado querer defender o maníaco, em face da forte comoção contra o criminoso.

Em dezembro de 1984, uma grande multidão acompanhou o julgamento no Fórum Afonso Campos, que naquele ano ainda localizava-se na Avenida Floriano Peixoto. Para surpresa de todos os presentes no Fórum, Manuel negou a autoria do crime, o que foi ignorado pelos jurados: resultado 7x0. Foi condenado a 30 anos de prisão.

Manuel Guimarães Dias cumpriu 19 anos de pena e segundo reportagem da TV Borborema de 2012, seguiu para São Paulo quando assassinou um irmão. Poucos dias depois o “Monstro do 40” foi encontrado morto. Assista a reportagem:


Após a morte de “Belinha”, vários casos de milagres foram atribuídos a menina, chegando-se a tentar a construção de uma Capela no local de sua morte, o que não ocorreu. Hoje o local do crime é uma casa residencial. 


Sem dúvida, um crime que jamais será esquecido pela população campinense.

Pesquisas:
  • DA VIOLÊNCIA A SANTIDADE: UMA LEITURA DO CASO IZABEL CRISTINA – EDUARDO LEMOS PORTO (Trabalho de Conclusão do Curso de História da Universidade Estadual da Paraíba) 
  • REPORTAGEM DA TV BORBOREMA EM 2012
  • DIÁRIO DA BORBOREMA (ACERVO)
  • JORNAL DA PARAÍBA (ACERVO)




Matéria do site Retalhos Históricos de Campina Grande,com Blog do Guedes

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Homem é executado com vários tiros em Assunção

Jovem assunçãoense morre vítima de acidente de moto na PB-238 entre Assunção e Taperoá

Insegurança: Mulher é atingida por tiro no rosto em tentativa de homicídio em Assunção