Pior desastre de Campina Grande, 'tragédia dos balões' completa 40 anos



Seu Francisco, que até hoje mora na mesma casa no bairro José Pinheiro, recorda de vários detalhes do dia do velório da irmã e do sobrinho, mortos na tragédia.
 celebração para milhares de pessoas em todo o mundo. Mas, para sete famílias de Campina Grande, a data que comemora o nascimento de Jesus Cristo remete ao pior desastre registrado na história da Rainha da Borborema. Foi neste dia, quando na próxima quinta-feira completam 40 anos da explosão de um cilindro de hidrogênio instalado ao lado da Igreja Matriz de José Pinheiro para encher balões decorativos, que cinco crianças, dois jovens e uma adulta morreram de maneira brutal.
‘A tragédia dos balões’, como o fato ficou conhecido, enlutou a cidade inteira e foi notícia em todo o país, que viu um dia de festa se transformar em pesadelo. Se aproximava das 17h de um domingo ensolarado quando centenas de crianças, muitas delas tendo acabado de sair da missa, aproveitavam o dia no Parque Lima que foi montado na rua Campos Sales durante a festa de São José. Mas um equipamento que estava na rua José Adelino de Melo, na lateral da igreja, que utilizava gás inflamável para encher balões arrancou a vida e ainda feriu várias pessoas de forma violenta.
No momento da explosão morreram as crianças Ana Lúcia Barbosa, 9 anos; Anastácio Bento da Silva, 6 anos; Edjane Santos, 8 anos, e Rejane Barbosa, 10 anos. Além dos jovens Walmir Catão Barbosa, 15 anos e Paulo Bezerra, 17 anos. Inocentes, promissores, cheios de sonhos, essas foram as primeiras vítimas de Adval Argemiro da Silva, 25 anos, na época ele ficou conhecido como o 'garrafeiro da morte'. Dias depois, mais duas pessoas morreram no hospital: Maria de Lourdes Clementino, 28 anos, e seu filho Edgar Mariano, 10 anos.
Foi neste dia que a vida da família do aposentado Francisco Homero, 73 anos, sofreu um grande golpe. Irmão de Maria de Lourdes, ele lembra muito bem como foi aquele momento de devastação. “Eu estava me preparando para jantar quando ouvi o estrondo. Daí não demorou muito para virem me avisar que minha irmã e meu sobrinho se feriram na explosão. Eu saí correndo eu fui direto para o Hospital Antônio Targino, que junto com o Pedro I, receberam os feridos. Ela ficou toda machucada, levou uma pancada forte na bacia e morreu de tétano uma semana depois. Já meu sobrinho teve uma perna amputada. Ele morreu no mesmo dia da mãe”, contou.
Seu Francisco, que até hoje mora na mesma casa no bairro José Pinheiro, recorda de vários detalhes do dia do velório.
“Eles foram velados aqui, na sala da minha casa. Foi uma comoção muito grande. A casa ficou cheia. Eles morreram depois das primeiras vítimas, e a cidade ainda estava de luto. Minha irmã tinha acabado de voltar de São Paulo, onde morava. Veio pra cá para recomeçar a vida, mas infelizmente não teve sorte. Eu tratava meu sobrinho como se fosse um filho. Eu queria não lembrar muito, porque tem coisa que deixa a gente bem perturbado. Só restaram essas fotos da lembrança da minha irmã, mas assim é a vida”, disse o aposentado.

O garrafeiro da morte
Preso no dia seguinte ao acidente na BR-230, próximo à entrada do distrito de Galante, o garrafeiro Adval Argemiro da Silva também sofreu sequelas do acidente. 
O recifense que morava no bairro de Água Fria e estava a trabalho em Campina Grande sofreu queimaduras de segundo grau e depois de ser levado ao hospital foi conduzido até a Central de Polícia, onde ficou preso. 
De acordo com os registros dos jornais da época, a explosão foi causada devido a uma mistura de água e carbureto na base do cilindro de hidrogênio, que superaquecido, acabou explodindo a partir de uma abertura em sua base. O responsável ficou detido alguns meses, mas depois foi liberado pela Justiça. Ele se mudou para São Paulo e nunca mais foi visto.

JORNAL DA PB

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